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          Resumo da História de Carrancuda escrita em 2016 pelo historiador Selmo Uchôa
             
       
       ORIGENS E LOCALIZAÇÃO
     A  localidade de Carrancuda, tem esse nome que lhes foi dado pelo seu fundador Pedro Alves de Oliveira, sendo denominada pelo mesmo, como lugar bom e calmo , na verdade, o nome da comunidade significa local de pessoas com semblante tenso, pesado, sombrio, aborrecido, emburrado, mal humorado ou que faz carranca.
 
  Situada à 42 km de Quixelô, Carrancuda é de longa extensão territorial  devido a chegada das famílias na metade do século XX, quando as terras eram desertas repletas de mata ciliar e foram construindo habitações e consequentemente trabalhando nessas terras, foram eles: Pedro Alves e Tomaz, Conceição Brasil e Zé Preto, fazendo teoricamente a divisão da Carrancuda em duas: dos Tomás e dos Pretos nomes conhecidos popularmente.
     Carrancuda faz fronteira a leste com Jurema Branca, a oeste com Lagoa do jatobá, a norte com Paus- de- Leite e ao sul com Agreste.
      Foi na busca por melhores condições de vida, que os primeiros  habitantes escolheram morar neste lugar. Há relatos de tempo de fartura no roçado, no engenho movido a boi do senhor Zé Preto. nas pequenas fazendas com a criação de animais para pecuária leiteira e venda de carnes. Podia ser observado um comportamento nos hábitos dos moradores que calados e envergonhados ficavam observando as pessoas pelas frestas das portas e a maioria das pessoas desta comunidade só casa com pessoas da própria localidade.

POPULAÇÃO LOCAL
O Sitio Carrancuda, é uma terra habitada por famílias pobres e de classe média, possui quarenta e seis famílias morando nesta localidade, num total  aproximado  de cento e vinte pessoas, onde 18% são crianças, 11% adolescentes, 51% adultos e 20% de idosos.
      São famílias tradicionais desta comunidade:  Alves, Soares, Lima, Silva, Cristovão, Brasil, Ferreira, Vieira, Casimiro, Costa, Barros, do Anjo, Lopes, Domingos, Uchôa, Monteiro, Rodrigues, Nunes, Pereira  e Osmídio.

SERVIÇOS E COMUNICAÇÃO LOCAL
      Educação:

- A primeira professora foi  Dona Lili que iniciava as aulas ensinando a carta de ABC, depois é que ia para o ensino da lição na Cartilha, Ela ensinava em sua casa.
  -Na década de 1990, foi construída uma Unidade Escolar, nesta localidade, sendo escolhido o nome de Pedro Alves Filho, em homenagem ao fundador desta comunidade.
  -Foram professores na comunidade: Maria Eleuza, Luciene, Luci, Eliane, Edinaldo, Macilana, Soneide, Fernando, Camila, Nara, Gecineuda  e Ernaldo, sendo auxiliar de serviços gerais Josefa Pereira da Silva.
  -No ano 2000, com a nucleação das escolas no município, ficou funcionando na localidade apenas a Educação Infantil que permaneceu até 2010, deste ano em diante a escola foi paralisada.
-Com a nucleação os estudantes foram levados para Escola de Paus-de-Leite e em 2014, conduzidos junto aos demais para a escola de Riacho do Meio.

Transportes:
- Durante muito tempo, o cavalo e o jumento foram usados como o principal meio de transporte, além de extensas caminhadas a pé para os lugares mais próximos.
- Depois vieram as bicicletas, as motos, os caminhões de feira e os carros de passeio.  Sobre os meios de comunicação, utilizava-se cartas e para as urgências o telegrama.
-Com o passar do tempo surge o rádio, depois a televisão e agora o celular conectado a antena para captar sinal das operadoras, mas ainda não chegou o serviço de internet na localidade.
    
 Saúde:
- Se alguém ficasse doente era levado para Orós ou Iguatu, o trajeto seria feito a cavalo, em Jipe ou caminhão fretado.
- Surge  o atendimento do PSF, havendo consultas mensais na escola da comunidade e quando alguém adoecia procurava o vereador para mandar deixar de carro no hospital de Quixelô.
- O atendimento  médico aos populares já aconteceu na casa de Maria Eleuza e de Sátiro, depois durante muito tempo no Posto de Saúde de Paus-de-Leite e a partir de 2013 no Posto de Saúde do Sitio Gaspar ou em  atendimentos esporádicos na escola de Paus-de-Leite.
- Há na comunidade o carro de passeio de Zefinha do Val que tem autonomia de levar os casos de emergência para o Hospital Aleuda Alves de Quixelô, tendo as despesas  pagas pela gestão municipal da Prefeita Fátima Gomes.
      
 Comercio:
 -No principio existiam bodegas na casa de Pedro Alves e Zé Preto, depois na casa de Manoel Soares, onde vendiam alguns mantimentos para pagar no final do mês.
- Hoje só os vendedores ambulantes quase todo dia.
     
 Energia  e Água
-A eletricidade chegou nesta localidade no ano 2000 e o abastecimento d’ água veio um pouco depois do açude do Juvenal.

Social:
A comunidade já teve associação de moradores, que já foi presidida por Chico Vieira
(In memória).  Zé Gato, Edinaldo e Juvenal Araújo, a qual era ativa  com um prédio próprio que nas primeiras décadas do ano 2000,o qual foi transformado numa casa de família.
-A maioria das pessoas deste lugar  sobrevivem  da agricultura e de programas sociais do Governo Federal, existindo o costume de criar gado, ovelhas e porcos, além de ter em casa animais como gato e cachorro
      
CULTURA, LASER E RELIGIOSIDADE
      Cultura:
-As manifestação cultural da Carrancuda, ocorre através  da dança  dos caretas e matança  do judas  na quadra  do Senhor  Manoel Soares,  nas festas de batizados, aniversários, casamentos, churrascos e jantares em Família.
     O laser:
 
-É jogo de  sinuca e o bar da Zefinha do Val, além de treinos e jogos de futebol em campos de Várzea, que já teve sede, nas terras de Manoel Nunes, Manoel Soares e Val Domingo, onde também recebe equipes de outras localidades para jogos amistosos.
- Nestas terras já aconteceu uma vaquejada  no Parque Arreio de Ouro,
com organização de Gazimiro e Manoel da Joselha.

Religião:
 
- Existem benzedores na comunidade que rezam em crianças e adultos, que são: Raimundo Beru, José Nilton, Maria Rodriguês, Zé Caboco e Dona Eleuza.
   -Foi escolhido para Padroeiro da comunidade Santo Antônio, cuja capela foi construída  na Carrancuda dos “ Pretos” entre os anos 2008 e 2009, quem animava a liturgia naquela localidade era Josefa Maria da Silva Uchôa, realizavam trezenas, quermesses, rifas e leilões.
- Atualmente existe a oração do Terço e a celebração da palavra toda semana,   e  Francielma é quem conduz os trabalhos de evangelização.
-Os evangélicos, pertencentes a Carrancuda dos Satilos, edificaram a Igreja Assembleia de Deus entre os anos de 2013 e 2014, nas terras de Joseneide Lima com o incentivo do irmão João Félix da Comunidade de Riacho do Meio, onde tem culto toda Terça, Quinta-feira  e aos  Domingo, para a comunidade, na atualidade é o irmão Natanael que é o missionário local.

FAUNA E FLORA DA COMUNIDADE
   - De clima quente, com relevo marcado por elevações de planalto, onde
pode-se vê várias ladeiras que dificultam o acesso à comunidade.
-Sua  vegetação  típicas é a caatinga.
  - É cortada ao meio por uma estrada de terra, na qual foi necessário construir duas pontes nos locais onde a estrada é cortada pelo Riacho Maracajá.
  -  A comunidade dispões de três açudes: o açude do Valdir, antigo Iracema,  o açude do Juvenal que já foi menor mas as cheias de 2004, o levou embora, sendo reconstruído em 2012, no governo do então Prefeito Gilson Oliveira e o açude da Alegria construído nas terras de Val Domingo.
-Deste açude do Juvenal  é feito  o abastecimento d’ água nas residências, o qual já teve como responsável: Josefa do Val, Gazimiro, Rener e Elizabete.
-Há também  cisternas e entregas quinzenais de água  do carro pipa da defesa civil.
                                                                         
      CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O que sabemos na atualidade  é que não há escritos sobre a história da Carrancuda até o presente momento e foi justamente tentando aproveitar os relatos dessa história oral aliada a iconografia do presente e do passado é que resolvemos pesquisar e registrar por escrito uma das possíveis versões da história desta localidade, mesmo sabendo que é impossível descrever tal qual foram os acontecimentos vividos por esta população.  
              
      Lendas
1-O homem da meia noite  -um homem aboiando com o gado dentro da mata a meia noite, aparece montado num cavalo, vestido de branco, no pé da ladeira vermelha.                                                                                                                 
2-O Lobisomem- um homem virava lobisomem  nas areias do Riacho Maracajá, da Quinta para Sexta.
3-A maldição dos Enforcados
- As vitimas são tentadas pelo demônio que utiliza-se da alma  do primeiro que se enforcou nas matas da comunidade e  utilizarem  sempre uma corda e se enforcarem.

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