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Resumo da História de Lagoa do Pé-da-Serra- Escrita por Selmo Uchôa em 2016


LAGOA DO PÉ-DA-SERRA
ORIGENS E LOCALIZAÇÃO
      Lagoa do Pé-da-Serra é um povoado que fica ao pé de uma serra, situado à 40 km do município de Quixelô, tem sua origem ligada a Serra do Franco, cujo o nome veio através de uma Lagoa que fica bem próxima a serra, daí surge o nome  de Lagoa do Pé-da-Serra, não sabe-se o certo quem desbravou suas terras, quem foi o primeiro habitante e nem quem lhe deu esse nome. O que se sabe até então é que o senhor José Bezerra foi um dos primeiros habitantes deste local.
Ele chegou sozinho e só depois veio a família de Assis Amélio, seguida da família de Luiz Varelo, iniciando assim o desenvolvimento desta comunidade.
       Lagoa do Pé-da-Serra é situada nas proximidades de uma serra, que  embeleza sua paisagem natural, fazendo fronteira à leste com Santarém, distrito de Orós, à Oeste com Gaspar, ao Norte com o sitio Divisão e ao Sul com a comunidade de Umarizinho.   

       POPULAÇÃO LOCAL
     A localidade de  Lagoa do Pé-da-Serra, possui uma população humilde e hospitaleira, ao todo são sessenta e quatro famílias, tendo no momento um total de cento e quarenta e sete habitantes. Existe muita variação de residentes em cada casa, em algumas residências apenas moram duas pessoas já em outras mais que isso, chegando a residir até seis pessoas na mesma casa. Sendo que há um grande número de netos que são criados e educados pelos avós, devido à casamentos que não deram certos, ou pela opção de algumas jovens  de gerarem filhos utilizando a produção independente.
A população atual de Lagoa do Pé-da-Serra e de sua subdivisão  chamada de Manga  pelos populares,  é de 11% de crianças, 23% de adolescentes, 57% de adultos  e  9% de idosos.
     As famílias tradicionais da comunidade são: Oliveira, Silva, Varelo, Bezerra, Cristovão, Coelho, Correia, Fernandes, Feitosa, Soares, Lima, Barros, Amélio, Souza, Carolino, Carmozino, Ribeiro, Batista, Assis e Duarte.
      O  que tem marcado a vida comunitária deste povo durante todos os tempos é a necessidade de água com a qual a comunidade convive cotidianamente com este dilema, seja nos tempos de invernos ou nos longos períodos de seca.

SERVIÇOS E COMUNICAÇÃO LOCAL
   Educação:
-  A primeira professora desta localidade foi Maria de Lurdes que  ensinava em sua casa apenas alfabetizando,  pela Prefeitura de Orós,
-Foi construída a Escola de Ensino Fundamental Joaquim Figueiredo Correia , passando a ser lecionado nesta localidade as modalidades de Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, sendo professores: Ozaneide  Coelho, Geralda Oliveira, Rita Selma Bezerra, Josefa Rizeuda, Eliane Oliveira, Sandra, Luizinho, Bonfim, Gislânia, Alânia, Aline, Tamires e Selmo.
-Já os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, se deslocavam à pé até o sitio Divisão
para estudar com Gilson Couras.
  -Com a nucleação das escolas no ano 2000, todo o Ensino Fundamental é levado para a escola de Paus-de-Leite, permanecendo  na escola local apenas a Educação Infantil e a Auxiliar de Serviços  Gerais Francisca Janes Barros.
-Em 2014, os estudantes do Ensino Fundamental II, foram levados dos Paus-de- Leite para a
Escola do Riacho do Meio. Em 2015, foi a vez de ser transferidos para aquela
unidade de ensino os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental durante a gestão da prefeita Fátima Gomes.
       Saúde:
-No principio só havia atendimento na cidade de Orós por causa do difícil acesso à comunidade.
-Depois passou a acontecer um atendimento médico mensal do PSF na escola da
comunidade e nos dias atuais varia entre atendimento  médico na localidade ou se deslocar para o Posto de Saúde do Gaspar.
-Há  pessoas que buscam atendimento médico e dentário no distrito de Santarém ou atendimento de emergência no Hospital de Orós, rara vezes no Hospital de Quixelô, pois ainda existe pessoas que tem domicilio eleitoral  em Santarém- Orós.
      
Transportes:
- Sempre a comunidade encontrou dificuldade de locomoção, pois no inicio usava animais como burro, jumento e  cavalo, fazendo mais viagens pra Orós, por ser a cidade mais próxima.
- já no tempo dos caminhões de feira permaneceu a opção por Orós, pois nunca existiu um carro de feira da própria localidade para Quixelô. 
-Quem tivesse que ir pra sede do munícipio tinha que se deslocar até o Gaspar pra pegar o transporte de feira, na atualidade boa parte das famílias possuem moto, facilitando assim, o acesso as cidades mais próximas.
      
Meios  de comunicação:
- Havia uso da carta e do rádio, depois a Tv e nos últimos tempos o celular, com muita dificuldade de sinal das operadoras, havendo vontade de boa parte da população de conseguir sinal da Internet.
     
 Profissões:
 Agricultor, apicultor, professor, vendedor, auxiliar de serviços gerais, ferreiro e mecânico.
        
Social:
-Associação de Maradores  já fez relevantes trabalhos para a vida comunitária como: a conquista da eletricidade, de um poço artesiano cuja água é salgada e um sistema  completo de abastecimento d’ água para as famílias, que teve parte da obra concluída, mas nunca funcionou por não ter de onde tirar água para distribuição no abastecimento .
-Na Gestão de Gilson Oliveira em 2012, foram construídos banheiros em algumas
residências.
 -Em 2013, foi construído  Cisternão e calçadão além de receber  cisterna de Polietileno.

CULTURA, LASER E RELIGIOSIDADE
Cultura:
- artesanato ( tecer e encher  tela   e tecer galão)
     
Religião:
  - Foram edificadas duas Igrejas Católicas: Uma particular, construída por Dona Edite, devido à uma promessa,  cujo padroeiro é São Francisco, com grande festa no mês de  outubro e outra mais recente que é a Capela de São José, que possui equipe litúrgica desde os primórdios quando iniciou a celebração da palavra na comunidade, o trabalho de evangelização e anuncio da palavra de Deus era realizado por Dona Maria de Lurdes e na atualidade continuam sendo conduzidos por Rita Selma.
 -Existe a presença da  Umbanda, tendo como médium Edite, que costuma fazer orações e benzer as pessoas da comunidade e de outros locais que a procuram buscando paz espiritual.
-Ainda costumam rezar nas pessoas: Socorro, Sônia, Lousinha e Lurdinha.

          Laser:
-Festas dançantes, carreiras de cavalo e jogos esportivos  que sempre acontecem na localidade, sem contar com os bares que  são abertos durante a semana e nos fins de semana.
-Recentemente, foi inaugurado o Parque de vaquejada  de Antônio Varelo.

FAUNA E FLORA DA COMUNIDADE
-Na Lagoa do Pé-da-Serra, existe um  açude grande que de grande só tem o nome, pois com as estiagens mais longa, ele seca rápido e a comunidade fica dependente o ano todo e todos os anos da Defesa  Civil com o Carro Pipa trazendo água do Açude Maracajá ou pegando
em cargas com ancoretas no Sitio Boqueirão – Orós.
-Situada bem próxima a Serra do Franco, é possível se vê uma vegetação densa na serra, com as características primordiais da caatinga, sendo que a noite o clima fica mais ameno, mas todos os anos é possível vê fogo na vegetação da serra, devido a ação de caçadores e agricultores.      
    - Pode-se vê num riacho próximo a serra, uma cachoeira, ideal para banho no período invernoso.
-Já foi visto neste território: Onça, macacos, veados, Soim e Guaxinim, além dos que são criados em casa como: gato, cachorro, coelho, papagaio e galinhas.
    
CONSIDERAÇÕES FINAIS
      Sabemos que até os dias atuais não havia registro por escrito dos fatos e acontecimentos vivenciados em Lagoa do Pé-da-Serra, este  universo fazia parte só da memória de sua gente. E para representar este povo de origem simples, humilde e batalhadores é que expomos
uma versão do que fora narrado diante dos fatos ocorridos e vividos ao longo do tempo nesta comunidade e no seu entorno para ser registrado e lembrado para a posteridade como uma das versões possíveis dos acontecimentos.
                           Lendas
 1- O Juazeiro mal-assombrado vê vultos, a árvore fica toda iluminada, escuta-se toque de sino, existe ali uma botija enterrada, mas ninguém tem coragem de
arrancá-la.
2-Os assombros do bico da Serra do Franco- Na estrada na ponta da serra, escuta-se choros, aboio de vaqueiro com o gado, pisadas de cavalos e vê se almas de falecidos.
3-A nega do barroso-Uma mulher melada de barro, que chamava homem e virava bicho.


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