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Resumo da História de Jurema Branca- Escrita por Selmo Uchôa em 2016



JUREMA BRANCA
ORIGENS E LOCALIZAÇÃO


A  localidade de Jurema Branca, recebeu este nome devido à existência
de um poço natural naquele local e bem próximo dele existia uma jurema que se diferenciava das outras por ser branca.
     Jurema é uma planta comum do Nordeste brasileiro, a qual exerce função ecológica por abrigar espécies de bactérias que fixam nitrogênio
essencial para a vida no solo.
A classificação popular distingue a jurema que é branca, da jurema que é preta, pelas oieiras, já que o termo vem do Tupi: Yú-rema que significa espinheiro.     
     A comunidade  de Jurema Branca, tem sua origem nas primeiras décadas do século XX, no momento em que chega nessas terras, Pedro
de Castro Lima, o qual veio morar na comunidade após um conflito  com um senhor onde ele morava de favor nas suas terras, sendo que o mesmo
conseguiu comprar o terreno que compõe o território desta localidade.
    Ele por ser um homem de fibra e desbravador tem sua geração perpetuada neste sitio até os dias atuais, mantendo sempre viva a história desta comunidade.
     Jurema Branca, está situada na Zona Rural do município de Quixelô à 48km da sede, é cortada ao meio por uma estrada de terra, cujas fronteiras a leste com Cachoeirinha, Oeste é Carrancuda, Norte os Paus-de-Leite e ao Sul os Cupins, antigo Bom Jesus.                                                                 

POPULAÇÃO LOCAL
   Jurema Branca é atualmente habitada por onze famílias, que tem em média três pessoas por residência, fazendo assim um total de trinta e um habitante, sendo 22% crianças, 3% adolescentes, 6% jovens, 48% adultos e 21% idosos.
   As famílias tradicionais da comunidade são: Castro, Lima, Barbosa, Uchôa, Pinheiro, Alves, Borges e Soares, as quais são originárias do fundador da comunidade, cuja geração foi constituindo família com pessoa de outras localidades, como Olho D’ Água, Paus-de-Leite e  Tanque.

SERVIÇOS E COMUNICAÇÃO LOCALEDUCAÇÃO
     -Nos primórdios da comunidade  não existia ESCOLA, Só na década de 1990,uma escola com uma sala de aula, cozinha e banheiros.  O nome da Instituição era Escola de 1° Grau Pedro de Castro Lima, garantindo o ensino até a 4ª Série, com turmas multisseriadas.
     - A primeira professora foi Maria Procópio, que morava na comunidade e  ministrava aula na casa do fundador desta localidade.
- Após a edificação da escola, as aulas foram ministradas por Leidinalda de Castro Lima  e as auxiliares de serviços gerais: Lúcia de Fátima e Socorro Lima.
- No ano 2000, houve nucleação das escolas municipais da Região de Paus-de-Leite, tendo que vir em
definitivo estudantes e funcionários desta escola para a Escola João Pedro de Araújo situada há 3km da comunidade.
SAÚDE:
       O atendimento da saúde, sempre foi junto ao atendimento da Lagoa do Pé-da-Serra, mas a população sempre preferiu ir mais para o atendimento dos Paus-de-Leite, vale ressaltar que teve um tempo que o médico do PSF, Dr. Ubirajara atendia na localidade numa casa de família.
-Na atualidade, os populares são atendidos no Posto de Saúde do
Gaspar.
      TRANSPORTE:
-As  pessoas costumeiramente andavam a pé, de jumento, de burro e de cavalo.
-Só depois apareceu a  bicicleta e o carro e na atualidade existem muitas motos e alguns carros
de passeio nesta localidade, sendo que seu Zé  Moco, um idoso muito respeitado pelos populares locais, ainda prefere andar no burro para as comunidades vizinhas resolvendo seus negócios.
-Havia também carros de feira que saiam de outras localidades e passava em Jurema Branca
para levar moradores para fazer feira em Orós, prática que permanece no cotidiano de algumas famílias deste local ainda na atualidade.
      COMUNICAÇÃO:
- no inicio ela só acontecia através das visitas que as pessoas realizavam nas casas uma das outras.
                                                                                                                                                                                                             -Hoje usa-se o rádio, a Tv e o telefone celular, havendo o desejo de obter o sinal de internet.
      
Profissão: agricultores, comerciantes, doméstica, açougueiro, zelador de cavalos,
cantor, professores e vaqueiros.
   
  ÁGUA
-O abastecimento de água na comunidade é feito do açude mais antigo, por muito tempo foi realizado utilizando galão e carga em animal.
- Em 2012, a comunidade se reuniu e colocaram água em suas casas com  recursos próprio dos habitantes locais.
- Com a intensa seca, a água agora é armazenada em cisternas de placas, as quais são reabastecidas por carro pipa da defesa civil mensalmente.
-Como o açude secou em 2016, os populares se reuniram e pagaram a perfuração  de um poço profundo para abastecer a comunidade de água.

CULTURA, LAZER E RELIGIOSIDADE
 
   A CULTURA E LAZER:

 - iniciou-se com as grandes festas de vaquejada organizada pela família moco, de relatos memoráveis sobre a responsabilidade do Sr. José de Castro Lima (Zé Moco) e Dona Zoriula Custódio  Lima (Zolira).
  - As carreiras  é o ponto forte de mobilização e concentração de populares  no prado que fica afastado das casas da localidade. Local que ao longo do tempo vem sendo cuidado pela família moco e que  já tem sido palco de muitas carreiras, sempre realizadas nos finais  de semana, sendo que atualmente é mais difícil haver carreiras.
 - E como resgate das antigas vaquejadas, foi no ano de 2016, construído e inaugurado com um bolão de vaquejada, o Parque Eliziário  Maroto, com a organização de Micael  Pinheiro Lima, neto de seu Zé Moco.

 RELIGIÃO:
 -Existe na localidade um cemitério de anjo nas proximidades  da estrada, lado leste, como era difícil o acesso, as crianças que faleciam eram sepultadas neste local na década de 1970.
  - Após o ano 2000, foi construída a capela em honra a padroeira,
Nossa Senhora Aparecida, festa tradicional da comunidade, com hasteamento da bandeira, novenário, missas, mini quermesse e leilão.


FAUNA E FLORA DA COMUNIDADE
 -  Com um açude público e outro particular, Jurema Branca é uma comunidade bem arborizada mas que sofre a falta d’ água no seu cotidiano quando esses  reservatório secam.   
  - Há um riacho que escorre água durante o inverno e enche o principal reservatório  da comunidade, no qual atrás da parede tem um brejo, repleto de plantas frutíferas e capim.                                                           
- Existem no território local, um pé de Tamarina e dois pés de Benjamim quase centenários, que harmonizam a paisagem do lugar, além dos moradores arborizarem suas casas  e cultivarem hortas   e  plantas medicinais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
   Jurema Branca tem como características  culturais  vaquejadas e carreiras, sendo também jogos e festas dançantes os lazeres preferidos pela população desta localidade. Sendo uma comunidade com poucas famílias  e de pequeno território, possui grande valor político, cultural e religioso almejando sempre mais desenvolvimento comunitário. E para reconstrução desta história contamos com apoio de conhecedores da história local, trazendo o que antes era apenas oralidade transformando-a
neste escrito, além de pesquisa em acervo fotográfico familiar que nos possibilitou contar uma das versões desses fatos histórico, que jamais poderá ser considerado como verdade absoluta do que foi ocorrido.




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